PAPEL DO DIAGNÓSTICO GENÉTICO PRÉ-IMPLANTAÇÃO (PGD) NO ABORTAMENTO DE REPETIÇÃO

Fonte: Serena H. Chen M.D. Institute for Reproductive Medicine and Science (IRMS) at Saint Barnabas. (Copyright Serena H. Chen, M.D. 2007)

O diagnóstico genético pré-implantação (PGD) é uma nova técnica animadora que pode detectar anormalidades genéticas causadas por mutações, anormalidades cromossômicas e, com isso, prevenir a gravidez anormal. Recentemente foi notícia em alguns casos controversos, incluindo o uso na prevenção de doenças que se manifestam apenas na idade adulta como o mal de Alzheimer e o uso para ajudar na concepção de uma criança HLA-compatível e posterior doação de medula óssea ao irmão com anemia de Fanconi. O PGD pode também ser uma opção muito eficiente no tratamento de centenas e milhares de mulheres com abortamento de repetição no primeiro trimestre, mulheres com história de abortamentos por anormalidades cromossômicas e para aquelas com idade avançada que utilizam óvulos próprios. Pode ser usado para detectar aneuploidias em pré-embriões.
Aneuploidia é uma condição em que o embrião possui número anormal de cromossomos. É a causa de 50 – 70% dos abortamentos de primeiro trimestre, síndrome de Down e outros defeitos congênitos. Prevenindo a transferência de embriões anormais o risco de abortamentos e aneuploidias podem ser reduzidos significantemente. O pioneiro no uso do PGD para detectar aneuploidias foi o Dr. Santiago Munne, 1990. Nesta época poucos centros possuíam experiência com essa técnica, mas a técnica se difundiu rapidamente e em poucos anos se tornou quase uma rotina. Para realização do PGD é necessário a realização da fertilização in vitro, obtenção de embriões em laboratório e antes da implantação no útero este é biopsiado e realizado o estudo genético.O PGD para aneuploidia pode ser usado para reduzir as chances de abortamento. Em um grupo de pacientes de FIV do IRMS at Saint Barnabas, o risco de abortamento foi reduzido em cerca de 60 – 70% e o risco de aneuploidia 65%. Outro benefício no estudo de aneuploidias foi a redução na incidência da síndrome de Down, melhora nas taxas de gravidez e menores taxas de múltiplos.O risco do PGD inclui dano ao embrião durante a biópsia. O dano é um fenômeno de tudo ou nada. Se um embrião é danificado ele pára de se desenvolver. Os que continuam o crescimento não se tornam anormais pela biópsia. O risco no IRMS at Saint Barnabas é de 0,9%, mas pode variar amplamente dependendo da experiência do embriologista.As pacientes que estão indicadas para realização do PGD são:1. Abortamentos de repetição de primeiro trimestre.2. Abortamento ou nascimento de criança com anormalidade cromosômica.3. Idade avançada.4. Pacientes com mutações genéticas.5. Pacientes com translocações balanceadas ou outras doenças cromossômicas.

Dr. Gilberto

Tiago Ferreira

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