Ligação entre obesidade e disfunção dos órgãos pélvicos
Está começando agora nos EUA uma discussão, pela comunidade médica, sobre a epidemia de obesidade de uma forma mais abrangente. Embora a preocupação relacionada à doença coronária seja o foco principal, os efeitos que a obesidade exerce sobre outros aspectos da saúde estão começando a ser discutidos. Entretanto, vários estudos envolvendo os efeitos da obesidade sobre a saúde discutem sobre doença coronária e diabetes. O que é crítico na discussão dessa epidemia na população feminina é o completo entendimento dos efeitos da obesidade sobre múltiplos aspectos da saúde feminina. O risco aumentado de diabetes associado à obesidade pode ter um papel significante nos defeitos neurológicos que podem levar a dor pélvica, relaxamento pélvico, incontinência urinária e fecal e disfunção sexual. O efeito direto que a obesidade tem sobre a sustentação e função pélvica ainda não foi bem documentado, mas tem sido postulado que o efeito constante do peso sobre a pelve provavelmente irá levar a disfunção dos órgãos dessa região.
Pesquisadores tentaram estimar a prevalência e correlacionar a incontinência urinária e anal em mulheres com obesidade mórbida que planejavam realizar cirurgia laparoscópica para perda de peso. No estudo, 180 mulheres com um índice de massa corpórea de = 40 kg/m2 preenchiam um questionário para avaliar os sintomas de incontinência urinária e fecal. Os resultados indicaram que 66.9% das pacientes pesquisadas tinham incontinência urinária e 32% tinham incontinência anal. Três fatores foram considerados serem independentemente associados com a incontinência urinária: número de filhos, artrite e incontinência anal. A incontinência anal foi associada somente com a incontinência urinária. Os autores concluíram que a prevalência da incontin6encia urinária e anal é alta em obesas mórbidas quando comparadas com a população geral.
Dr. Gilberto Freitas
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