ICSI VERSUS FIV TRADICIONAL

Fonte: Fertility and Sterility 2007; 87: 515-8

Qual a técnica de fertilização é preferida quando apenas um óvulo é aspirado e o sêmen é normal? A resposta está em um novo estudo comparativo entre a ICSI e a FIV tradicional.Pesquisadores em centros dos EUA e Israel observaram que, quando dispomos de apenas um óvulo, está bem estabelecido que a técnica recomendada seja a ICSI, se o sêmen for sub-fértil. Entretanto, quando o sêmen for normal, existem evidências conflitantes de estudos anteriores se há benefício da ICSI sobre a FIV tradicional. Isto é um fato importante porque existe alto risco de dano mecânico do óvulo com a ICSI.Para maiores informações, os pesquisadores reviram retrospectivamente os resultados em 311 pacientes inférteis que se submeteram a tratmento de reprodução entre 2001 e 2005 no Centro Médico Chaim Sehba, em Israel, nas quais somentre um óvulo foi aspirado. As 311 pacientes se submeteram a 425 ciclos durante o período de estudo.Os parâmetros espermáticos foram baseados nos critérios da Organização Mundial da Saúde (OMS), e considerados fértil quando a concentração foi 20 milhões/ml ou mais e a motilidade 35% ou mais.Os investigadores relataram que, na presença de um sêmen considerado fértil, a ICSI foi realizada se o paciente tinha história prévia de falha de fertilização com a FIV tradicional.No geral, sêmen fértil foi usado em 209 dos ciclos (ICSI=41, FIV=168), e sêmen subfértil foi usado em 216 ciclos (ICSI=98, FIV=118). Os resultados em relação às taxas de fertilização e gravidez estão expostos abaixo:Resultados em mulheres =39 anos: Como esperado, quando o sêmen subfértil foi usado com ICSI estava associado com taxas significantemente maiores de fertilização se comparados com FIV (85,4% versus 44,2%). O resultado da taxa de gravidez não foi significantemente diferente (14,6% versus 4,7%). Quando o sêmen fértil foi usado, ICSI e FIV tiveram taxas de fertilização similares (75,0% versus 67,1%) e as taxas de gravidez (0,0 versus 8,2%).Resultados em mulheres >39 anos: Novamente como esperado, quando o sêmen subfértil foi usado com a ICSI estava associado a uma taxa de fertilização significantemente maior se comparada com a FIV (84,0% versus 52,0%). As taxas de gravidez resultante também foram significantemente maiores com a ICSI se comparadas com a FIV (8,0% versus 0,0%).Quando sêmen fértil foi usado, ICSI e FIV tiveram taxas de fertilização semelhantes (82,4% versus 68,4%) e taxas de gravidez (0,0% versus 1,1%).Qualidade do sêmen, “O fator mais importante”.De acordo com seus achados os autores concluem que “Não há benefícios de realizar a ICSI em pacientes com apenas um óvulo e o sêmen é considerado fértil”. Dizem ainda que, os achados foram consistentes com estudos anteriores específicos que sugerem que, em pacientes com baixa resposta ovariana, a ICSI não foi superior nos casos de infertilidade sem causa aparente e sem fator masculino.Eles confirmam que, devido a ICSI estar indicada em casos de sêmen fértil e falha de fertilização prévia, é possível que a má qualidade do óvulo podería ter  um efeito deletério sobre as taxas de fertilização e gravidez. O possível dano mecânico do óvulo na ICSI poderia também reduzir essas taxas.Os autores concluem: “Nossos resultados sugerem que em paciente má respondedora, a qualidade do sêmen permanece como o fator determinante mais importante na decisão de realizar a ICSI ou não”.

Dr. Gilberto