ENDOMETRIOSE E FERTILIZAÇÃO IN VITRO

Fonte: Reviews in Gynaecological and Perinatal Practice 2006; 6: 153-60.

Um novo artigo de revisão orienta como otimizar os resultados da fertilização in vitro em mulheres com endometriose. Na revista Reviews in Gynaecological and Perinatal Practice, especialistas do Hospital de Mulheres de Liverpool, Reino Unido, chamam a atenção que os dados publicados sobre o efeito da endometriose na fertilização in vitro são conflitantes. A Sociedade Européia de Reprodução Humana e Embriologia (ESHRE) e o Royal College of Obstetricians and Gynaecologists do Reino Unido (RCOG), publicaram declarações, com base em metanálises, nas quais a endometriose é considerada um agravante no prognóstico da fertilização in vitro. Uma das mais recentes metanálises concluiu que o estágio da endometriose influencia nos diferentes resultados da fertilização in vitro, prejudicando o número de ovócitos recuperados, implantação, gravidez e taxas de fertilidade.

No entanto, a análise teve como base estudos retrospectivos e poderia não avaliar o efeito da endometriose na taxa de nascidos vivos após a fertilização in vitro. No artigo, os especialistas discutem em detalhes o que é conhecido sobre os efeitos nos resultados da fertilização in vitro: tratamento médico da endometriose antes da fertilização in vitro; tratamento cirúrgico da endometriose e tratamento cirúrgico dos endometriomas (incluindo aspiração transvaginal) Com base em seus achados, eles recomendaram alguns “Pontos Práticos”, que incluem:

  • “Encaminhamento precoce aos centros de excelência e tratamento precoce da infertilidade devem ser sempre considerados.”
  • “Nas pacientes assintomáticas esperando por fertilização in vitro, não se justifica cirurgia de rotina com o objetivo de melhorar as taxas de sucesso.”
  • “A cirurgia é indicada para endometriomas sintomáticos e aquelas pacientes com grandes endometriomas (>5 cm) devem ser consideradas para remoção cirúrgica dos endometriomas com base  nas informações clínicas e de acordo com os protocolos de cada hospital.”
  • “Endometriomas assintomáticos diagnosticados durante um ciclo de tratamento de fertilização in vitro devem ser mantidos sob vigilância, mas sua remoção não parece ser indicada com o objetivo de melhorar a fertilidade.”
  • “A cirurgia repetida para endometriose é desaconselhável nas pacientes assintomáticas antes da fertilização in vitro, mesmo na presença de endometrioma.”
  • “Devido aos riscos inerentes ao procedimento, parece ser prudente não drenar o endometrioma ovariano assintomático identificado durante um ciclo de tratamento de fertilização in vitro, incluindo o tempo de recuperação do ovócito.”

Os especialistas também informam que há alguma evidência que os análogos do GnRH (hormônio liberador de gonadotrofinas) administrados por 3-6 meses antes do ciclo de tratamento de fertilização in vitro pode melhorar as taxas de gravidez em pacientes com endometriose moderada a severa.

Tiago Ferreira

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