SOCIEDADE DE GINECOLOGIA ONCOLÓGICA: A FERTILIZAÇÃO IN VITRO CONFERE UM PEQUENO AUMENTO DO RISCO A LONGO PRAZO PARA CÂNCER DE OVÁRIO

SAN ANTONIO, 06 de Fevereiro de 2009

Dados de um grande estudo sugerem que o processo de fertilização in vitro aumente levemente o risco de câncer de ovário, primeiramente para tumores limítrofes com baixo potencial de malignidade.

Curt Burger, M.D., do Centro Médico Erasmus em Roterdan, Holanda, relatou em encontro da Sociedade de Ginecologia oncológica que mulheres que se submetem a estimulação ovariana têm um aumento de cerca de 50% no risco relativo para tumores ovarianos se comparadas com a população geral.

Em relação ao risco propriamente dito, permanence menor que 1%, quando comparado ao risco da população geral, menor de 0,5%. E essa diferença só aparece quando a paciente é seguida pelos 15 anos após a fertilização in vitro.

Umas das questões que surgiram foi: “Então, o que dizer para as pacientes que vem ao consultório, que necessitam da fertilização in vitro, que perguntam se seu risco para câncer de ovário está aumentado?”

O Dr. Burger sugere então, que você pode dizer que o risco, após a fertilização in vitro, está levemente aumentado.

Quando os especialistas em infertilidade começaram a realizar a fertilização in vitro a mais de duas décadas, não tinham menor idéia quais os riscos que poderiam estar associados como o processo. Segundo o Dr. Burger as ovulações múltiplas aumentam o dano sobre os ovários se comparado com a ovulação única. Adicionalmente, o número cumulativo de ovulações influencia o risco para câncer de ovário.

Vários trabalhos sobre os riscos para câncer de ovário em mulheres submetidas à fertilização in vitro, não mostram aumento desse risco. Entretanto, um aumento no risco estatisticamente significante aparece em dois destes estudos, ambos mostrando que o risco está limitado a mulheres que realizaram pelo menos 12 ciclos de estimulação ovariana.

Dr. Burger e colegas iniciaram o estudo após o primeiro trabalho publicado sobre aumento do risco em 1994. Eles seguiram 18.970 mulheres que realizaram a fertilização in vitro de 1983 a 1995 e 7.536 mulheres inférteis de 1980 a 1995 que não tinham se submetido a nenhuma estimulação ovariana.

No encontro da Sociedade de ginecolgia oncológica de 2002 e 2005, o grupo mostrou que não havia evidência de aumento no risco de câncer de ovário em mulheres que receberam drogas para fertilização in vitro em relação ao grupo controle de mulheres que não se submeteram ao procedimento. O trabalho atual revela a primeira evidência de um aumento estatísticamente significante no risco de tumores ovarianos em pacientes submetidas à fertilização in vitro.

Finalmente, a análise mostrou que o risco de malignização ovariana estava aumentado somente em mulheres que tiveram três a quatro ciclos de fertilização in vitro. O risco não estava aumentado para aquelas com um ou dois ciclos ou ainda, mais de cinco ciclos.

Mulheres que usam drogas para infertilidade têm uma incidência geral de malignização ovariana de 0,72%, comparada com 0,45% na população geral.

Traduçã Dr. Gilberto da Costa Freitas

By Charles Bankhead, Staff Writer, MedPage Today
Published: February 06, 2009
Reviewed by Zalman S. Agus, MD; Emeritus Professor
University of Pennsylvania School of Medicine.