RÁPIDO AUMENTO NOS CICLOS DE REPRODUÇÃO ASSISTIDA NO MUNDO

Por Crystal Phend, Staff Writer, MedPage Today
Publicado em: 28.05.2009

Fonte: Mouzon J, et al “World collaborative report on assisted reproductive technology, 2002” Hum Reprod 2009; DOI: 10.1093/humrep/dep098.

São Francisco, 28 de Maio de 2009 – De acordo com publicação internacional o número de ciclos de fertilização in vitro no mundo aumentou em 25,6% de 2000 para 2002.

Mouzon e colegas observaram que entre 219.000 e 246.000 bebês nasceram por técnicas de reprodução assistida em 2002 – um aumento estimado de 12% sobre o mesmo período de dois anos. Transferência de embriões congelados aumentou 47% entre 2000 e 2002, duas vezes maior, se comparado com ciclos com transferência de ambriões frescos.

A informação foi coletada pelo Comitê Internacional de Vigilância sobre Tecnologia da Reprodução Assistida.

Os investigadores notaram que estes aumentos refletiam um aumento no número de países e centros de reprodução humana, bem como aumento da demanda por esta categoria de tratamento.

O relatório de 2002 incluiu dados de 53 países. Dados estes coletados no registro nacional dos países ou diretamente nos centros individulamente, como algumas regiões da America Latina e oriente médio, onde os registros não estão disponíveis.

O total foi adaptado para justificar países não inclusos – principalmente na Ásia, África, Oceania e Caribe – onde foi estimado de 10% a 20% dos procedimentos de reprodução assistida no mundo.

Mundialmente, de 601.243 ciclos iniciados, temos uma taxa de nascimento de 22,4% por ciclo aspirado para fertilização in vitro tradicional, 21,2% para ciclos de ICSI e 15,3% para ciclos de transferência de embriões congelados.

No geral, os ciclos de transferência de embriões congelados representaram 21,7% dos ciclos aspirados, acima de 14,4% em 2000.

Quando analisado por país, houve variações substanciais no geral nas tecnologias de resprodução assistida, variando de menos de dois ciclos por um milhão de habitantes, no Equador, a 3.688 / milhão em Israel.

No geral caiu o número de embriões transferidos, em particular na Europa e Austrália.

Entre outros achados para o período de 2000 – 2002:

A porcentagem de transferência de 04 ou mais embriões diminuiu de 15,4% para 13,7% nos ciclos de embriões frescos.

• A proporção de transferência de embrião  único, em ciclos de embriões frescos, aumentou de 10,5% para 12,4%.
• A proporção de gêmeos caiu de 26,5% para 25,7%.
• A proporção de gravidez trigemelar diminuiu de 2,9% para 2,5%.
• Nas transferências de embriões congelados também houve redução nas taxas de gravidez múltipla.

Basil Tarlatzis ressaltou na Federação Internacional de Fertilidade admiração em relação à redução no número de embriões transferidos, apesar de ainda permanecer alta a taxa de gravidez múltipla.

Em estudo recente a gravidez múltipla esteve associada com uma alta taxa de prematuridade (antes de 37 semanas). Por exemplo, 94,2% das gravidezes de triplos nasceram prematuramente, comparados a 13,5% na gravidez única. Adicionalmente, a mortalidade perinatal foi 71,2 / 1.000 bebês nos triplos, comparado a 10,7 na gravidez única.

A equipe do Dr. de Mouzons também relatou um notável aumento na ICSI, que respondeu por 56,6% dos procedimentos de fertilização in vitro em 2002 se comparado com 47,6% em 2000. As taxas foram particularmente altas na América Latina (75,9%) e oriente médio (92,4%).

“Os investigadores escreveram que até o presente momento não existe razão para acreditar que haja aumento na infertilidade masculina, as razões por traz disso são difíceis de saber, visto que não foi demonstrado melhrora nos resultados nos tratamentos sem fator masculino”.

Os autores tomaram precauções em fazer comparações entre países, dada variação na qualidade dos dados e as diferentes legislações, recomendações, cultura e religião.

Dr. Gilberto da Costa Freitas