Próximo à obtenção de óvulos e espermatozóides a partir de células-tronco

Progress Educational Trust O professor Harry Moore, da Universidade de Sheffield no Reino Unido, disse que óvulos e espermatozóides humanos derivados de células-tronco embrionária podem tornar-se uma realidade nos próximos cinco anos. Outros cientistas acham mesmo que isso pode acontecer em breve, de acordo com uma reportagem no Jornal Observer. A pesquisa surgiu devido à necessidade de “gametas artificiais”, relata Anna Smajdor especialista em ética do Imperial College, Londres. No início desse ano, Behrouz Aflatoonian, um membro da equipe da Universidade de Sheffield, disse na Conferência Anual da Sociedade Européia de Reprodução Humana e Embriologia que as células-tronco podem se desenvolver em “células germinativas primordiais” – As células que eventualmente tornam-se óvulos ou espermatozóides. Os pesquisadores produziram baseados em um estudo anterior de cientistas americanos, que conseguiram produzir óvulos de ratos a partir de células-tronco e uma equipe japonesa que produziu espermatozóide de rato de forma semelhante. O trabalho sugere que óvulo e espermatozóide maduro poderia eventualmente ser produzido no laboratório e usado para tratar a infertilidade, e poderia potencialmente permitir casais do mesmo sexo e mulheres na pós-menopausa ter uma criança geneticamente sua. Tais células também seriam usadas em pesquisa sobre “clonagem terapêutica”, em substituição a óvulos doados. De acordo com Smajdor, o governo do Reino Unido até agora fracassou em discutir todas as possibilidades dessa tecnologia ser empregada. “Não há nenhuma percepção governamental ou orientação de como relatar eticamente as pesquisas”. O professor Moore diz que levará pelo menos cinco ou dez anos antes que óvulos e espermatozóides humanos sejam produzidos por intermédio de células tronco. “Nós podemos fazer células imaturas de óvulos e espermatozóides por essa técnica, mas até agora não foi possível produzir nem óvulo nem espermatozóide maduro, complementando ainda nós demonstramos que a técnica é segura, e que leva tempo para conseguir o objetivo final. Entretanto o cientista americano Peter Nagy não concorda. “Esta é uma idéia emocionante mas a técnica básica não é nova”, O professor Moore disse que seria possível usar a tecnologia para fazer óvulos apartir de células tronco criadas a partir de células da pele, permitindo casais homossexuais masculinos ter uma criança geneticamente deles. Entretanto, Moore diz “não é para isso que a tecnologia está sendo desenvolvida. Isto está sendo tentado para auxiliar no tratamento da infertilidade que causa infelicidade em muitos casais”. Josephine Quintavalle, do grupo sobre ética em reprodução, diz que não apoiaria nada que facilitasse mulheres na pós-menopausa ou casais homossexuais ter uma criança. “Necessitamos ter respeito pela natureza”, disse ela. Moore ressaltou para o “gigantesco clamor” quando a FIV foi pela primeira vez usada, e os cientistas acusados de brincar de Deus. Mas, disse ele, “isso trouxe  imensa felicidade para pais que não podem ter uma criança de outra forma”.

Dr. Gilberto Freitas

Tiago Ferreira

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