PRIMEIRA GRAVIDEZ POR FERTILIZAÇÃO IN VITRO APÓS NOVA TÉCNICA DE ANÁLISE GENÉTICA RÁPIDA DO ÓVULO

Nature – Publicado “on line” em 26 de Janeiro de 2009.

Mulher de 41 anos é a primeira a engravidar após ser submetida a uma nova e rápida técnica de análise genética dos seus óvulos. O procedimento aumenta as taxas de sucesso da fertilização in vitro (FIV) e identifica o óvulo mais associado a se desenvolver em um embrião viável de forma tão rápida que não necessita congelar o óvulo enquanto aguarda o resultado do teste.

A FIV, na qual os óvulos são fertilizados em laboratório e resultam em embriões que são colocados no útero materno, possui taxas de sucesso baixas. Mais ou menos 24% resultam em nascimentos vivos e, as chances diminuem com a idade. Além disso, muitas mulheres congelam seus embriões para transferências futures, mas apenas 17% desses embriões resultam em nascimentos.

A maioria das falhas na FIV são atribuidas a anormalidades genéticas no óvulo — mais da metade dos óvulos em mulheres jovens, e mais de 75% em mulheres próximo dos 40 anos, ou possuem cromossomos extras ou a falta de alguns.

A nova técnica, hibridização comparative do genoma, mostra as falhas ou ganhos dos cromossômos, permitindo aos

médicos selecionar para uso futuro somente embriões que venham de óvulos com os 23 pares cromossômicos normais.

O presidente da Sociedade Britânica de Fertilidade diz que esta técnica torna todo o processo mais eficiente, permite que se use ou congele apenas embriões com future real.

A paciente que engravidou, no Centro de Fertilidade de Nottingam, Inglaterra, encontra-se agora no segundo trimestre, após 13 ciclos de FIV sem sucesso. Oito óvulos dela foram testados, dos quais dois continham o número correto de cromossomos. Os dois embriões então, que resultaram da fertilização, foram transferidos.

O diretor do Centro de Fertilidade, Simon Fishel, disse – “Interessante, talvez demonstre o potencial dessa tecnologia, esses embriões nem eram os melhores ao microscópio”. Talvez eles nem fossem escolhidos para transferência.

O método usa DNA do corpúsculo polar do óvulo, que contém material ejetado pelo óvulo em fase tardia de desenvolvimento. Enquanto o óvulo está sendo fertilizado o DNA extraido do corpúsculo polar é classificado com material químico fluorescente e hibridizado com milhares de sondas impessas em um filme. Se faltar DNA, aparece uma mancha vermelha. DNA a mais, a mancha que aparece é verde. Se normal, aparecerá pontos amarelos.

O resultado é dado em 1–2 dias, um avanço significativo sobre a metodologia anterior, chamada de análise genômica comparativa por hibridização, que leva 5 dias para análise. Outro fato é que com essa técnica, no future, permitirá a escolha de apenas um embrião para transferência, evitando assim a gravidez múltipla, sem reduzir as chances de gravidez.

Dr. Gilberto da Costa Freitas

Tiago Ferreira

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