FERTILIZAÇÃO IN VITRO COMPLETA 30 ANOS

Existem hoje cerca  de 4 milhões de bebês –equivalente a um terço da população da cidade de São Paulo– que nasceram por fertilização in vitro desde que a técnica obteve seu primeiro sucesso completo, há exatos 30 anos.

Nesta sexta-feira (25), a britânica Louise Brown, a primeira bebê de proveta, celebrará seu trigésimo aniversário. Ela nasceu no Hospital Geral de Oldham, no dia 25 de julho de 1978, após uma gestação gerada pela técnica de fertilização desenvolvida pela equipe dos cientistas Robert Edwards e Patrick Steptoe.

Nessas três décadas, a tecnologia fez com que mulheres com dificuldades de engravidar, como Fabrícia Vasconcelos, 36, mãe de Guilherme, pudessem realizar o sonho de ser mãe. “Queria mesmo era a emoção do parto, de ver o filho nascer. Dentre todas as emoções, essa foi a maior”, diz Vasconcelos.

Até ter o filho nos braços, ela, que tinha problemas para engravidar e manter a gestação, passou por três fertilizações in vitro propriamente ditas.

Nessa técnica, que deu origem a Louise Brown, um óvulo retirado da futura mãe é fecundado com um espermatozóide, em laboratório, gerando um embrião, que é implantado no útero materno após alguns dias. Cerca de 4 milhões de bebês nasceram por meio do procedimento, segundo estimativas feitas com base em dados da International Committee for Monitoring Assisted Reproductive Technologies (ICMART).

Evolução

Após 30 anos o conceito do procedimento continua o mesmo, apesar de o tratamento ter melhorado. A técnica ficou mais refinada, seletiva. Do ponto de vista prático, as perspectivas são muito melhores, mas não houve uma modificação fantástica.

Entre as principais inovações está o uso do ultra-som vaginal para coletar os óvulos, dispensando o uso da cirurgia por laparoscopia, com o uso de anestesia.

E, principalmente, a criação da ICSI, técnica de fertilização em que se injeta um único espermatozóide no óvulo –antes era necessário esperar que essas células entrassem “sozinhas”.

Com o procedimento, é possível tratar de praticamente todos os problemas de infertilidade masculina.

A probabilidade de a mulher engravidar em uma tentativa de fertilização in vitro aumentou muito nesse temp de cerca de 5% para 55%, em mulheres de até 35 anos. Ainda assim, há mulheres que precisam tentar diversas até serem mães.

Mesmo com esse tipo de alternativa, especialistas ainda recomendam que a mulher não adie tanto a gravidez. Apesar de todos os avanços científicos, a mulher de mais de 35 anos deve ter em mente que o tratamento não vai garantir o futuro dela. Se ela estiver fazendo planos para o futuro, é preferível que ela pense no bebê. Com a idade, as mulheres vão dando mais chances para que as doenças se manifestem.

Comércio

Apesar dos avanços, há quem critique uma suposta “banalização do bebê de proveta”, gerada principalmente por razões comerciais. Segundo essa visão, os médicos estariam muito preocupados em fazer as mulheres engravidarem, sem investigar realmente quais são as causas do problema.

FELIPE MAIA/ Folha Online

Tiago Ferreira

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