Falência ovariana em sobreviventes de câncer na infância

Fonte: European Journal of Cancer 2006; 42: 1415-20

Pesquisadores concluem que a falência ovariana iminente (FOI) “parece ser uma complicação frequente em mulheres tratadas para câncer infantil”. Os especialistas da Universidade de Gronigen, na Holanda, observaram 124 mulheres com menstruações entre 18 – 45 anos que receberam quimioterapia com ou sem radioterapia entre 1968 e 1998, e que não necessitaram de tratamento à pelo menos dois anos. O objetivo foi estimar a prevalência de FOI, avaliar os fatores de risco para o desenvolvimento e avaliar os resultados em relação a gravidez. A história reprodutiva das mulheres e a função ovariana foram avaliadas por questionário (em todas 124 mulheres) e pela avaliação sérica dos níveis de FSH e Estradiol (resultados completos disponíveis para 93 das mulheres). Falência ovariana iminente foi definida como  FSH > 10 IU/l ou estradiol > 0.28 nmol/l no terceiro dia do ciclo menstrual, ou FSH > 12.4 IU/l no 7º dia sem pílula anticoncepcional em usuárias de contraceptivos orais. Alta prevalência Os pesquisadores relataram no European J. Of Cancer que, de todas, 22,6% das mulheres tem FOI.
Eles acrescentam que embora a prevalência de FOI na população geral não seja conhecida exatamente, é considerada rara em mulheres abaixo de 33 anos; neste estudo eles adicionam que embora a prevalência da FOI na população geral não ser conhecida com exatidão, é considerada rara em mulheres abaixo de 33 anos; nesta população estudada 18,7% das mulheres abaixo de 33 anos tiveram FOI. Outros achados incluem: • Mulheres com FOI tendem a ter uma idade significantemente maior por ocasião do diagnóstico e na época do estudo, comparadas com mulheres sem FOI. • O tratamento para o câncer por volta da manarca ou após a menarca estava associado com uma prevalência significantemente maior de FOI (45%) do que quando o tratamento foi antes da menarca (16,4%). • A prevalência da FOI aumentou com a idade, de acordo com o declínio fisiológico normal na função ovariana com a idade. • Mulheres com FOI foram associadas de forma significante a relatarem mais a queda da função reprodutiva (Ex. concepção tardia, três ou mais abortamentos, infertilidade) do que mulheres sem FOI (38% versus 2,8%, respectivamente). • A prevalência da FOI observada foi significantemente menor entre usuárias de contraceptivos orais (12%) do que nas não usuárias (40%), embora as usuárias serem também significantemente mais jovens do que as não usuárias na época do estudo. • No geral, 41 das mulheres engravidaram em um total de 75 gravidezes, resultando em 58 crianças saudáveis, um nascido mortoe 17 abortamentos. A taxa de abortamento (22,7%) foi maior que “a esperada de 10-15% na população geral”. Os autore concluem: “A prevalência dos problemas de fertilidade no grupo de estudo não parece ser diferente da população normal. Entretanto, a alta prevalência da FOI sugere uma janela de fertilidade estreita. ”Sobreviventes de câncer infantil do sexo feminino deveriam ser alertados do seu risco aumentado de FOI mais cedo”.

Dr. Gilberto

Tiago Ferreira

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