ESPESSURA ENDOMETRIAL ESTÁ ASSOCIADA AOS RESULTADOS DA FERTILIZAÇÃO IN VITRO

Fonte: Fertility and Sterility 2007;87:53-9

A espessura endometrial no momento da administração de hCG está associada a melhores resultados de FIV, de acordo com os resultados de um novo estudo em ampla escala.

Pesquisadores de centros em Rockville e Washington, EUA, conduziram um estudo retrospectivo de 1.294 ciclos de FIV realizados em uma clínica particular entre os anos de 2002 e 2005. Seu objetivo era determinar se havia uma associação entre espessura endometrial e índice de gravidez, conforme sugerido pelos resultados de estudos anteriores de menor escala.


Os ciclos de FIV que foram estudados envolveram a transferência de embriões (TE) autólogos frescos de dois embriões em estágio blastocístico, incluindo pelo menos um blastocisto de boa qualidade; ciclos que não apresentavam pelo menos um blastocisto de boa qualidade foram excluídos do estudo, assim como os ciclos que utilizaram oócitos de doadoras ou embriões congelados, além de ciclos nos quais os embriões foram submetidos à biópsia para diagnóstico genético pré-implantação. Em pacientes submetidas a múltiplos ciclos de tratamento na clínica, apenas o primeiro ciclo foi incluído no estudo.

Os 1.294 ciclos resultaram em 864 gestações. Destas, 110 terminaram em aborto espontâneo, 564 geraram nascidos vivos e 190 ainda estão em andamento, com atividade cardíaca fetal confirmada até pelo menos o primeiro trimestre.

A espessura está associada aos índices de gravidezes

Escrevendo para a mais recente edição da revista Fertility and Sterility, os pesquisadores relatam que a espessura endometrial, medida por ultra-som no dia da administração de hCG, era maior em ciclos que resultaram em gravidez (espessura média: 11,9 mm) do que nos ciclos que não resultaram em gravidez (espessura média:11,3mm).

O índice de gravidez clínica aumentou gradualmente e significativamente quanto maior a espessura endometrial, de 53,1% com uma espessura de 8 mm até 77,0% com espessura de 16 mm ou mais. Da mesma forma, o índice de nascidos vivos ou gravidez continuada aumentou de 44,9% com 8 mm para 67,6% com 16 mm ou mais. Estas relações foram independentes do efeito da idade da paciente e da qualidade do embrião.

Os pesquisadores enfatizam, entretanto, que os índices de sucesso foram relativamente altos mesmo em mulheres com as menores espessuras endometriais e afirmam que não há necessidade de considerar  o cancelamento de TE por causa de endométrios finos.

Eles escrevem que: “A despeito da clara associação entre espessura endometrial e gravidez, nossos resultados também demonstraram que índices de gravidez relativamente altos, de aproximadamente 50%, podem ser alcançados mesmo com camadas endometriais finíssimas, de apenas 6 ou 7 mm, quando são transferidos blastocistos de boa qualidade. Dessa forma, o cancelamento da TE com base em uma camada endometrial fina parece ser injustificado.

Dr. Gilberto Freitas

Tiago Ferreira

Share
Publicado por
Tiago Ferreira

Notícias recentes

Nossa mensagem para o novo ano

Chegou o momento de olharmos para trás e agradecermos por cada momento de felicidade e…

3 anos ago

Anticoncepcional pode causar infertilidade?

Se você faz uso de algum meio anticoncepcional, como a pílula contraceptiva e pensa em…

3 anos ago

Possíveis causas que dificultam uma segunda gestação

Você e seu parceiro conversaram e decidiram que está na hora da família aumentar novamente,…

3 anos ago

Conheça as mudanças da nova Resolução do CFM

O CFM (Conselho Federal de Medicina), divulgou a Resolução 2.294, de 27 de maio de…

3 anos ago

Alimentação interfere na infertilidade?

Você sabia que a alimentação é um dos principais fatores que influenciam nas chances de…

3 anos ago

Idade paterna pode influenciar as chances de engravidar?

Por muito tempo, acreditava-se que apenas a idade da mulher influenciava nas chances de uma…

3 anos ago