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Desmistificando a reprodução assistida (fertilização in vitro)

A fertilização in vitro constitui em tratamento no qual colhemos os gametas (óvulos e espermatozóides) para fertilização em laboratório. Após a fertilização, dos embriões resultantes, selecionamos de um a dois para colocar no útero da mulher.

Quando foi realizada pela primeira vez, em 1978, a ciência médica na área de reprodução humana entrou para um novo patamar. Lesley Brown, a primeira mulher a se submeter à técnica e dar à luz um bebê saudável, desejava muito engravidar e para ter um bebê, toparia qualquer tratamento, mesmo experimental, disse em entrevista concedida em 2008. E foi o que ela fez, submeteu-se à experimentação de fertilização artificial conduzida pelo Dr. Patrick Steptoe e Dr. Robert Edwards para concretizar seu desejo. Já são mais de quatro décadas desde a primeira fertilização in vitro. Hoje são mais de 8 milhões de procedimentos realizados em todo o mundo (Fonte: ESRHE – Sociedade Europeia de Reprodução Humana, 2018) e é uma grande oportunidade para casais com dificuldades conceptivas, ter filhos.

Nem sempre é possível engravidar de maneira natural. Inúmeros fatores podem impedir uma gravidez, pois o organismo e as condições de cada mulher são únicos e o acompanhamento individualizado é muito importante. Existe uma técnica mais adequada para cada caso, entre as mais utilizadas, por isso é comum casais que queiram se submeter à fertilização in vitro terem dúvidas ou desconhecimento de determinado procedimento, por isso vamos desmistificar algumas delas.

Eficácia
Nenhum tratamento para engravidar, mesmo a reprodução assistida, não garante eficiência 100% positiva. Esses resultados estarão na dependência da qualidade dos óvulos e espermatozoides, idade da mãe, doenças ginecológicas associadas, entre outros fatores. Por isso, em alguns casos, pode ser necessário mais de um ciclo de tratamento.

Reações adversas
As condições do organismo de cada mulher são individuais. Durante o tratamento, algumas podem ter reações adversas, outras não. As situações mais comuns apontadas pelas pacientes são: retenção de líquidos, cefaleia, maior sensibilidade nas mamas, irritabilidade, aumento do volume abdominal e inchaço.

Abstinência sexual
É sugerida a abstinência somente nos dias logo após a transferência do embrião para o corpo da paciente. O mesmo ocorre para exercícios de alto impacto. Nos outros dias, a rotina pode ser normal.

Escolher características do bebê
Escolher a cor dos olhos, cabelos ou até mesmo o sexo do bebê é totalmente vetado pelo Conselho Federal de Medicina. No máximo, o médico poderá examinar o material genético dos pais a fim de diminuir as chances de doenças hereditárias no bebê.

Gestação gemelar
Toda gravidez gemelar (gêmeos) é considerada de risco, tanto para a mãe como para os bebês, por isso é importante acompanhamento do especialista durante todo o processo. Para potencializar o sucesso da fertilização in vitro sugerimos, às vezes, a transferência de mais de um embrião durante o tratamento, dependendo da qualidade dos embriões, mas sempre obedecendo a normativa que permite transferir um determinado número de embriões baseado na idade materna.

  • Até 35 anos, são transferidos até dois embriões/tentativa
  • De 36 a 40 anos, três embriões/tentativa
  • Acima dos 40 anos, até quatro embriões/tentativa

Saúde do bebê
Não é por ter ser sido gerado no laboratório que o bebê será mais ou menos saudável do que os gerados naturalmente. A análise do material genético dos pais pode ser realizada na fertilização in vitro, o que diminui as chances de doenças genéticas estruturais e doenças monogênicas. Depois de inserido no útero da mulher, o embrião atravessará todas as etapas de uma gestação natural, com todos os seus riscos.

Tiago Ferreira

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