Correlação entre o Letrozole (Femara®) e defeitos fetais congênitos parece incorreta

Michael Smith, MedPage Today Staff Writer Reviewed by Robert Jasmer, MD; Assistant Professor of Medicine, University of California, San Francisco São Francisco, 21 de Abril de 2006. Estudo mostra que parece sem fundamento o que diz respeito à preocupação entre a correlação de malformações congênitas, surgidas do uso fora da indicação principal, do Letrozole (Femara®) para indução da ovulação. O Dr. Tulandi da Universidade de McGill afirma que em um grande estudo retrospectivo, os pesquisadores compararam 514 crianças nascidas de mães que usaram o Letrozole para indução da ovulação com 397 crianças que cujas mães foram tratadas com o Clomifeno. No geral, não houve diferença estatisticamente significante nas taxas de malformações. “Segundo o autor este é um estudo grande e muito importante”, porque veio após um pequeno estudo apresentado no Congresso Americano em 2005 sugerindo que crianças de mães que engravidaram após uso do Letrozole tinham pelo menos três vezes o risco de anormalidades fetais em relação àquelas que na usaram a droga.  Naquele estudo, Marinko Biljan, diretor do Centro de Fertilidade de Montreal, encontrou uma taxa de malformações de 4.7% entre 150 crianças nascidas após o uso do Letrozole, comparada com uma taxa de somente 1.8% em um levantamento de 36.050 concepções normais. Após esse comunicado do Dr. Biljan’s as autoridades de saúde do Canadá e a Novartis (fabricante do Letrozole), mandaram um carta alertando os médicos que a droga deveria ser usada somente para suas indicação primária – a tratamento do câncer de mama para mulheres pós-menopausa. A carta dizia: “Letrozole está contra-indicado em mulheres com estado endócrino pré-menopausal, na gravidez e ou lactação devido a potencial toxicidade para mãe e para o feto e, malformações fetais “. O Dr. Tulandi disse então que aquele aviso foi prematuro, e foi baseado apenas em um estudo com “vários problemas metodológicos”. A crítica principal do estudo preliminar foi que os controles eram gravidezes espontâneas, que sabemos que possui menor risco de malformações do que aquelas cujas mulheres necessitaram de assistência para ovulação. O pesquisador também notou que anormalidades cardíacas e possibilidades de anormalidades esqueléticas são provavelmente diagnosticada entes do nascimento, e as mães eram transferidas para um hospital terciário para o parto. Então é possível que tais anormalidades foram subestimadas na amostragem do controle. Finalmente, para uma droga causar malformação deve estar presente durante a organogenese. O Letrozole possui uma meia vida de cerca de 45 horas (comparada com cerca de cinco a sete dias do Clomifeno) e estaria completamente ausente por ocasião da implantação. O Dr. Tulandi diz que “Biologicamente não faz sentido que essa droga possa causar malformações congênitas”. Disse também que no seu consultório, após o aviso da Novartis, parou de usar o Letrozole principalmente porque as pacientes  estavam preocupadas, mas ele disse que gostaria que a companhia olhasse seus resultados e retirasse a advertência. “Eu acho que eles fizeram um desserviço à comunidade” Em trabalho atual, 252 crianças nascidas a seguir ao tratamento com o Letrozole isoladamente e outras 262 nascidas a seguir ao tratamento com Letrozole e FSH. No grupo do Clomifeno, 293 crianças após Clomifeno isolado e 104 após Clomifeno e FSH. A análise dos nascimentos encontrou: • Malformações congênitas ou anomalias cromossômicas foram encontradas em 14 de 514 recém-nascidos no grupo do Letrozole, 2,4%, e 19 de 397 recém-nascidos no grupo do Clomifeno, 4,8%. • A taxa maior no grupo do Letrozole foi de 1,2% (06 de 514) e no grupo do Clomifeno foi 3,0% (12 de 397). A diferença não foi significante. • Sete recém-nascidos no grupo do Clomifeno (1,8%) e somente um no grupo do Letrozole (0,2%) foi encontrado anomalia cardíaca congênita, uma diferença que foi estatisticamente significante, P= 0,02. • Entretanto, a incidência de anomalias cardíacas no grupo do Letrozole foi um pouco menor do que as taxas de anomalias cardíacas congênitas publicadas entre todos os nascimentos, com variação de 0,4 a 1,2%, e as taxas do Clomifeno levemente superior. “A mensagem é clara — é seguro,”disse o Dr. Tulandi. “Não é justo (uma mensagem) para os médicos, mas para os pacientes —vocês têm administrado uma medicação segura”. Usado na fase folicular inicial, o Letrozole bloqueia a síntese de estrogênios, o que resulta em recrutamento folicular normal ou aumentado. A droga é rapidamente eliminada do corpo e é considerada com menor probabilidade do que outras medicações aos efeitos adversos sobre o endométrio e muco cervical. Os usos aprovados das indicações do Letrozole nos EUA são: • Tratamento adjuvante prolongado de câncer de mama inicial em mulheres na pós-menopausa que receberam cinco anos de terapia adjuvante com o Tamoxifeno. • Primeira linha em mulheres na menopausa com receptor positivo ou receptor hormonal local desconhecido em câncer avançado ou CA de mama metastático. • CA de mama avançado em pós menopausadas com doença progressiva após tratamento com ati-estrogênios. Referência: Togas Tulandi et al. “Congenital malformations among 911 newborns conceived after infertility treatment with letrozole or clomiphene citrate”. Fertil Steril 2006. Source reference: Biljan MM et al. “The Outcome of 150 Babies Following the Treatment With Letrozole or Letrozole and Gonadotropins.” Fertility and Sterility. 2005; 84(Supp 1):S95 Tradução livre:

Dr. Gilberto Freitas

Tiago Ferreira

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