Associação entre tratamento prévio com contraceptivos orais e abortamento

Fonte: Human Reproduction 2006; 21: 352-7 Estudar os efeitos do pré-tratamento com contraceptivos orais sobre as taxas de gravidez em pacientes submetidas à Fertilização in vitro (FIV) tratadas com antagonistas do hormônio liberador de gonadotropinas(GnRH-ant). Pesquisadores sugerem que o pré-tratamento com contraceptivos orais não parece alterar a chance de evolução da gravidez em mulheres tratadas com um GnRH-ant (para fertilização in vitro), mas talvez aumente as taxas de abortamento precoce. Efstratios Kolibianakis (Universidade Aristóteles, Grécia) e colaboradores perceberam que “o efeito dessa intervenção sobre as chances de evolução da gravidez até agora só foram estudados em pequenos trabalhos controlados e randomizados”. Para maiores investigações, eles randomizaram 425 mulheres para estimulação com FSH-r (hormônio – gonadotropina recombinante para estimulação da ovulação) no segundo dia do ciclo menstrual ou cinco dias após a parada do contraceptivo oral. GnRH-ant foi iniciado no sexto dia de estimulação ovariana. As taxas de gravidez em evolução no grupo sem contraceptivo prévio e com contraceptivo foram 27,5% e 22,9%, respectivamente – diferença a não significante. Entretanto, as taxas de abortamento foram significantemente maiores no grupo que recebeu contraceptivos orais previamente em relação ao grupo controle (36,4% versus 21,6%). Refletindo sobre os achados, Kolibianakis e colaboradores perceberam que o estudo não possui força para detectar uma diferença de 5% nas taxas de gravidez em curso, o que deveria ser considerado como clinicamente significante. Eles concluem: “Mais estudos para verificar a mesma intervenção são necessários para estimar com maior certeza a associação entre contraceptivos orais pré-tratamento e a probabilidade de gravidez em ciclos com GnRH-ant”.

Dr. Gilberto Freitas